domingo, 1 de dezembro de 2024

A GRANDE LUZ

 

A GRANDE LUZ


“Esse tempo de escuridão e desespero, no entanto, não durará para sempre. A terra de Zebulom e de Naftali será humilhada, mas no futuro a Galileia dos gentios, localizada junto à estrada entre o Jordão e o mar, se encherá de glória. O povo que anda na escuridão verá grande luz. Para os que vivem na terra de trevas profundas, uma luz brilhará.

Tu multiplicarás a nação de Israel, e seu povo se alegrará. Eles se alegrarão diante de ti como os camponeses se alegram na colheita, como os guerreiros ao repartir os despojos. Pois tu quebrarás o jugo de escravidão que os oprimia e levantarás o fardo que lhes pesava sobre os ombros. Quebrarás a vara do opressor, como fizeste ao destruir o exército de Midiã. As botas dos guerreiros e os uniformes manchados de sangue das batalhas serão queimados; servirão de lenha para o fogo.

Pois um menino nos nasceu, um filho nos foi dado. O governo estará sobre seus ombros, e ele será chamado de Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno e Príncipe da Paz. Seu governo e sua paz jamais terão fim. Reinará com imparcialidade e justiça no trono de Davi, para todo o sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará que isso aconteça!”

— Isaías 9.1-7

INTRODUÇÃO:

Sem dúvidas, o Natal é a festa da luz. Não é à toa que há luzes por todos os lados. Essa simbologia é precisa, pois a luz faz sempre oposição às trevas. Na Bíblia, trevas fazem referência, pelo menos, a três coisas: ao mal, à ignorância e ao vazio. Onde há essas coisas, há trevas. O mundo ao nosso redor é assim. A escalada da maldade no mundo é a maior prova do fracasso da humanidade. Há maldade por todos os lados: violência, corrupção, guerra, mazelas sociais. Poderíamos passar horas listando o mal que existe. É triste como nos acostumamos a conviver com isso.

Além disso, a sociedade vive um enorme paradoxo: ao mesmo tempo em que convive com a quantidade de informações e conhecimentos jamais vista, vivemos com mazelas que confrontam todo esse conhecimento. Temos visto que o acúmulo de conhecimento e informações não é sinônimo de sabedoria e inteligência. Nos deparamos constantemente com comportamentos rudimentares dos seres humanos, próprios de bestas feras e, como nunca, as pessoas têm vivido com dramas agudos em suas almas. Como dizem, vivemos uma epidemia de doenças emocionais e vícios, que especialistas identificam como consequências de almas vazias e vidas sem propósito.

As ideologias políticas, os modelos econômicos, os extraordinários feitos das tecnologias e até as mais sofisticadas elaborações filosóficas, nada disso tem se mostrado capaz de dissipar as densas trevas que estão sobre o mundo. A pretensão humana de auto-salvação é um fiasco, o mundo jaz em trevas.

A PROMESSA DA LUZ:

O relato que antecede esse capítulo 9 de Isaías retrata um drama da sociedade da época, que não difere muito da sociedade contemporânea: “Andam sem rumo, cansados e famintos. E, por causa da fome, amaldiçoam seu rei e seu Deus. Olharão para o céu, depois olharão para a terra, mas para onde voltarem os olhos só haverá problemas, angústia e sombrio desespero. Serão lançados nas trevas. (8.21).

Contudo, há uma promessa de esperança: “Esse tempo de escuridão e desespero, no entanto, não durará para sempre... O povo que anda na escuridão verá grande luz. Para os que vivem na terra de trevas profundas, uma luz brilhará.” (9.1-2)

A promessa de Isaías é como uma estrela que surge no céu mais escuro. Essa luz não é uma ideia abstrata; é uma pessoa, o próprio Cristo, que vem para dissipar as trevas e trazer um novo começo.

A pretensão humana de auto-salvação, por mais bem-intencionada que seja, é como tentar consertar uma lâmpada quebrada sem eletricidade: por mais bela que seja a lâmpada, ela não iluminará sem uma fonte de energia externa. O mesmo acontece conosco: sem a luz de Cristo, nossos esforços são insuficientes. Entendemos que ideologias políticas que prezam pelos menos favorecidos fazem contribuições importantes; assim como modelos econômicos mais justos, que não exploram nem usurpam os direitos dos trabalhadores, tudo isso é muito importante e não podemos abrir mão. Porém, nada disso, por si só, é suficiente.

O que Isaías diz é que o povo viu uma grande luz porque: “Tu multiplicarás a nação de Israel, e seu povo se alegrará. Eles se alegrarão diante de ti como os camponeses se alegram na colheita, como os guerreiros ao repartir os despojos. Pois tu quebrarás o jugo de escravidão que os oprimia e levantarás o fardo que lhes pesava sobre os ombros. Quebrarás a vara do opressor, como fizeste ao destruir o exército de Midiã. As botas dos guerreiros e os uniformes manchados de sangue das batalhas serão queimados; servirão de lenha para o fogo.” (9.3-5)

E como essa maravilhosa luz brilhará em e entre nós? Isaías explica: “Pois um menino nos nasceu, um filho nos foi dado.” É justamente por causa do nascimento do “menino Deus” que será possível. A luz que ilumina a todos os homens nasceu do ventre de uma mulher, numa simples manjedoura, na humilde Belém da Judeia. E Ele brilhará porque Ele é Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno e Príncipe da Paz.

Maravilhoso Conselheiro - Ele é a grande referência que nos ajudará a discernir o certo do errado, o bem do mal. Vivemos uma crise de referências no mundo, nos faltam modelos inspiradores de ética. Jesus de Nazaré foi o modelo de ser humano que Deus deseja que todos nós sejamos. Muito mais do que um chamado religioso, o Cristo nos convida à humanização. Sobre o Cristo, o papa São Leão Magno afirmou: “Um Jesus tão humano assim, só podia ser Deus”. O Cristo encarnado é o nosso Maravilhoso Conselheiro.

Deus Poderoso – Tim Keller diz que, diante do Deus poderoso, não temos a opção de gostar dele. Não temos como ficar indiferentes diante de Jesus. Ou rejeitamos, ou ficamos com raiva, ou nos prostramos em adoração. Quem realmente compreende quem é Jesus se enche de espanto, como os discípulos no barco: “...quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Mc 4.41). Quando fazemos isso, nos colocamos submissos à sua soberania, vontade e direção. Abrimos mão dos nossos “quereres” para dizer: “Seja feita a sua vontade”.

Pai Eterno – Contudo, mesmo sendo o grandioso Deus, Ele é também o Pai Eterno. Em Jesus, encontramos o colo amoroso, restaurador e cuidadoso de Deus. A graça do amor do Deus Poderoso se dá acessível, disponível e gratuita em Cristo. Essa é a mensagem do Evangelho: “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” (2 Co. 5.19).

Príncipe da Paz – E, por fim, Jesus de Nazaré é o Príncipe da Paz. A paz aqui ocupa, pelo menos, três sentidos. Primeiro, Ele pacifica os nossos corações aflitos, ansiosos e angustiados. A todos nós Ele diz: “Vinde a mim e encontrarão descanso para as suas almas.” Além disso, Ele estabelece a paz entre nós e o nosso próximo. O Cristo nos ensina o caminho do amor, da generosidade e do perdão. Ele cura o nosso coração da vingança, do rancor e da bestialidade. Ele nos ensina a pagar o mal com o bem. Mas Ele também nos faz estar em paz com Deus. O apóstolo Paulo diz: “Sendo justificados, pois, pela fé, temos paz com Deus.” (Romanos 5:1)

A luz profetizada por Isaías brilhou em Belém e continua a brilhar hoje, transformando vidas. Cristo não é apenas uma lembrança histórica; Ele deseja iluminar nosso coração neste Natal. Que possamos, ao celebrarmos o nascimento de Jesus, permitir que Ele seja nossa luz em um mundo em trevas. Como Ele disse: "Eu sou a luz do mundo." (João 8:12)

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